Comemorei o aniversário de Curitiba no melhor estilo curitibano: Estive presente na abertura do Festival de Teatro e encontrei alguns conhecidos meus que simplesmente fingiram não me conhecer. Quando eu esboçava um sorriso que culminaria num perigoso "Oi!", eles automaticamente desviavam seus olhares para um além, o que fazia me sentir um absoluto nada envergonhado que fala com as paredes. Mas, o que dizem por aí é que se um curitibano chega em casa e encontra a mulher com um sujeito na cama, ele vai pra sala ler uma revista, porque não fala com estranhos. Portanto, republico esse cartunzinho que para mim é a tradução visual literal da simpatia e do calor do povo da cidade ironicamente conhecida por "Cidade Sorriso". O pior é que a inspiração desse cartum foi um fato real. Quando eu era criança e ainda me valia do reluzente transporte público curitibano, um senhor com sotaque que lembrava o nordestino, surtou na linha Pedro Moro - Boqueirão. Aos berros desabafou sobre a frieza do povo curitibano. "Antipáticos", "insensíveis", "indiferentes" foram os termos que o expressivo forasteiro colericamente bradou, conquistando para si mais do objeto de sua reclamação.
Qualquer adulto aconselha que as crianças não conversem com estranhos. Vai ver que é por isso que os obedientes curitibanos não conversam entre si, pois todos são estranhos.
Parabéns, estranha Curitiba! Parabéns, minha querida "Cidade Sorriso".
# introduzido por Pryscila @ 9:53 AM